quarta-feira, 11 de agosto de 2010

26 de maio de 2010, arquivo

O sol venta na cara. A janela escancara e a cortina balança a luz. Na verdade, dança. Que verdade, se isso é só o que eu vejo?
Só?
Todo dia o sol não balança. Tem dia que a chuva é quem dança. Molha meu suor de ansiedade, de desassossego, de vontade. Fico em casa.
Eu grito tão alto que nem barulho faz. Certa vez uma moça me olhou como quem sabia de alguma coisa de mim. Só desviei o olhar e deixei pra lá.
Costumo andar com papel, água e vontade. Sorrio ao caminhar, às vezes canto. Posso cantar Arnaldo se me deixar.
Guardo pedaços de alguém que acho na rua. Os desconhecidos se tornam algo, pelo menos pra mim, ou eu torno alguma coisa que não sei explicar o quê sem ninguém saber.

Nenhum comentário: